CORAM DEO!: Quando o preconceito parte de mim

Já havia falando em um post anterior sobre como muitas vezes somos preconceituoso com os homossexuais. Estava a refletir (Eu não sei se já falei, mas reflito e analiso muito, quase sai fumaça da minha cabeça de tanto pensar haha, penso o tempo todo sobre mil assuntos, nem todos consigo ter tempo de colocar no papel[ou no papel virtual], mas enfim a minha cabeça é bem maluka, acho que penso até dormindo haha) e lembrei de um outro ponto: os próprios homo são muitas vzs preconceituoso consigo mesmos. ..

Há um tempo atrás estudei com um menino que fazia parte do meu circulo de amigo. Nos não eram muito íntimos, mas éramos dos nossos amigos em comum. Então nos intervalos ou horas vagas sempre estávamos no mesmo ambiente e na mesma rodinha de conversa. Não tínhamos uma má convivência e eu não tinha nada contra a pessoa dele.

Mas sempre percebi (por diversas razões) que ele não gostava muito de mim. E isso sem motivo tbm. Mas nossa intimidade sempre foi pqna de mais pra questionar o pq.

Depois fui percebendo que ele não gostava muito de mim pq ele pensava que eu não gostava muito dele. Só que só percebi o motivo depois de muitoo tempo e as aulas já estavam encerrando.

Naquele tempo eu vivia um tempo em que meus princípios diziam que não era legal as coisas que ele praticava[ ele era (e é) homo..] (Ele contava algumas aventuras para os amigos em comum). Então eu me mantinha em silêncio durante esses papos. Acho que isso alimentou mais que eu era desgostosa com sua pessoa.

Lembro que era difícil, não sabia como lidar com isso. Como estar em um ambiente em que todos riam daquilo como sendo algo normal e eu não podia colocar minha opinião.

Ele sempre me pareceu alguém que achava que por diversas vezes o mundo conspira contra. No sentido de achar que várias pessoas não gostavam dele ou o invejavam. Sempre tentava aparecer mais que alguns, chamar atenção de fulano, agir de maneira orgulhosa, tratar pessoas com certo desprezo para que não desse a chance de o outro trata-lo assim 1º.

Não eram as pessoas que o tratavam diferente pelo fato de ser ou não homo, era ele mesmo que se excluía, se desentendia com os demais, acabava tratando os próprios amigos com indelicadesa, sempre tentando se sobressair, ganhar para si a atenção, ser carismático, legal, inteligente. Isso tudo, hoje vejo, que não passava de baixa estima.

Não era o homo. que fazia a diferença, eram as atitudes dele como pessoa para achar um jeito de os outros o elogiarem, o acharem o máximo. O que acabava tendo como efeito colateral exatamente o contrário. Afastava as pessoas.

Mas ele achava no fundinho que era por ser “diferente”. E ao invés de tentar achar o motivo das pessoas agirem assim passou a alimentar o orgulho, a discriminação contra si mesmo... O orgulho é a forma que encontrou pra se sentir mais seguro diante das pessoas.

Até hoje é assim.

Eu procurei tratá-lo com respeito, ser legal. Até hoje ainda cruzo com ele por ai. Cumprimenta-me e até força um sorriso, mas sei que no fundo ainda tem aquele lance de pensar que eu é que o olho de cara feia...

E posso ter certeza disso devido a vários fatos que ocorreram com outras pessoas. Além de comentários, histórias e etc...

Análisando essa situação conclui que o pior tipo de preconceito que existe é aquele contra nós mesmos. Não só no homo. mas em todos os tipos de pre-conceitos que fazemos de nós. Isso acaba nos prejudicando, afasta pessoas, muda nosso caráter, nossa forma de viver a vida. Não é eu excluindo, sendo grosso, tratando mal o outro que vou me tornar alguém melhor. Devemos pensar a respeito.

E se nos encontramos em situação semelhante identificar no outro este sentimento errado que tem por si mesmo e tentar ajudar.

Ele se sentia diferente, passou a agir de forma errada, com isso com o passar do tempo os demais mudaram com ele. E não pela opção sexual mas pela pessoa que foi se tornando, pelas atitudes etc.

Nem sempre o problema está nos outros. Muito vzs está em nós mesmos...

Uma simples mudança de atitude pode fazer o mundo a nossa volta mudar.

Flor!